Num curto comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros asseverou que o Governo vai responder a esta decisão “de acordo com a lei”, depois de a empresa norte-americana ter anunciado na véspera que vai passar a redireccionar os seus utilizadores chineses para um outro portal, não censurado, em Hong Kong.
Esta medida compromete seriamente a imagem internacional do país, traduzindo-se numa declaração clara de uma das mais importantes empresas no mundo de que não está mais disposta a cooperar com o sistema de censura na Internet do Governo chinês.
Um porta-voz do ministério, Qin Gang, precisou em conferência de imprensa esta manhã que a decisão da Google constitui “um acto isolado” de uma empresa, o qual não deverá afectar as relações entre a China e os Estados Unidos a não ser que a mesma seja “politizada” por Washington.
“Tudo isto está totalmente errado. Opomo-nos determinadamente à politização de assuntos comerciais e expressamos à Google o nosso desagrado e indignação pelas suas acusações e conduta injustificadas”, avaliaria a mesma fonte, citada mas não identificada pela agência noticiosa estatal chinesa Xinhua.
A Google avisara em Janeiro passado que iria deixar de censurar o seu site na China, em resposta a uma série de muito sofisticados ataques de pirataria informática a algumas contas de email de seus utilizadores. Segundo a empresa norte-americana estes ataques foram feitos a partir da China, onde a Google já várias vezes se manifestara desagradada com as regras de censura que lhe eram impostas pelo Governo.
Mas para a grande maioria dos internautas chineses o redireccionamento do google.cn para o não censurado google.com.hk não produzirá efeitos muito significativos, uma vez que o Governo dispõe de um sistema de firewalls que bloqueiam à partida praticamente todas as possibilidades de acesso a conteúdos considerados “sensíveis” pelo regime – como menções ao Dalai Lama ou à Praça de Tiananmen.
Sem comentários:
Enviar um comentário