Projectos como Limpar Portugal, Plantar uma Árvore ou até os buzinões contra a criação e aumentos das portagens, são algumas das iniciativas resultantes quando as pessoas se unem.
Os portugueses estão unidos por boas causas e quando chamados para ajudar a resposta surge em força.
«O objectivo do PLP (Projecto Limpar Portugal) é, acima de tudo, educar para que a situação melhore e para que não sejam necessárias mais acções de limpeza das matas. Neste momento estamos a 100% na limpeza de matas. No futuro talvez, e é mesmo talvez, a estrutura criada possa ser utilizada para outro tipo de acções cívicas ligadas ao ambiente e ao bem-estar da população de Portugal», diz-nos em entrevista Rui Marinho, membro da Coordenação Nacional de Projecto Limpar Portugal.
Marinho defende que «com a informação cada vez mais fácil de obter, os grupos de cidadãos, na posse da mesma e da vontade de fazer algo por um objectivo comum, podem ser um factor de mudança da sociedade».
Este projecto conta com quase 40.000 voluntários inscritos, incluindo muitos colectivos (como escolas e escuteiros, por ex.), o que indica um número total de pessoas que deverá estar muito perto das «125 - 150.000».
João Rosa, coordenador do projecto Plantar uma Árvore, acha que movimento cívico «dá um ar demasiado sério» a esta iniciativa. «A ideia surgiu de pequenas experiências ao nível da rua», conta-nos, «a ideia de organizar um grupo para ir plantar uma árvore surgiu pouco depois, e rapidamente ganhou a dimensão/objectivo de plantarmos 1000».
Depois de terem plantado árvores em Monsanto, Cascais e agora Lisboa (Casal Ventoso) já há cerca de 1500 participantes efectivos ou inscritos para esta nova iniciativa. No facebook têm cerca de 4000 fãs.
O Movimento Conjunto de Contestação às portagens nas SCUT (autoestradas sem custo para o utilizador) realizou um buzinão que abrangeu vários municípios - Viana do Castelo, Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Porto, Vila Nova de Gaia, Lousada, Paredes e Paços de Ferreira como forma de contestar a instalação de portagens nas SCUT.
Esta é também uma forma de funcionamento de um movimento cívico. Mais uma vez as novas tecnologias desempenham um papel fundamental na sua divulgação.
A importância das Redes Sociais
Quem faz parte destes movimentos cívicos reconhece o poder que as novas tecnologias têm para o sucesso de um projecto do movimento cívico. O membro da Coordenação Nacional de Projecto Limpar Portugal refere que «as novas tecnologias permitem um contacto rápido entre pessoas, algumas das quais nem sequer se conhecem. Tal permite a criação de equipas de trabalho orientadas em tempo record que, de outra forma, seriam quase impossíveis de organizar».
Para o coordenador do projecto Plantar Uma Árvore, «para além do aspecto ambiental, a componente cívica, de cooperação e de participação é importante» e acrescenta que «a internet e mais especificamente as redes sociais vêm potenciar a força de qualquer iniciativa, podendo mesmo fazer transpor essa iniciativa do mundo virtual para o mundo real, cada vez com mais frequência».
Não podemos deixar de concordar com João Rosa quando afirma que «vivemos ainda uma fase inicial das redes sociais, muito está ainda para vir e por inventar, essa “revolução” apenas começou e o potencial é enorme».
Uma coisa é certa, as novas tecnologias permitem uma comunicação mais rápida e eficaz dos movimentos cívicos e dos seus projectos e iniciativas. Com a sua ajuda é possível contar com mais participantes e conseguir mais ideias.
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