sexta-feira, 12 de março de 2010

Movimentos Cívicos ganham força através da Tecnologia e das Redes Sociais

Cada vez mais Portugal é confrontado com iniciativas que resultam da união de um conjunto de pessoas para a concretização de um objectivo. Podemos chamar a esta união, um movimento cívico. Com a evolução das novas tecnologias e principalmente das redes sociais é agora mais fácil avançar com projectos que dizem respeito a toda a gente.

Projectos como Limpar Portugal, Plantar uma Árvore ou até os buzinões contra a criação e aumentos das portagens, são algumas das iniciativas resultantes quando as pessoas se unem.

Os portugueses estão unidos por boas causas e quando chamados para ajudar a resposta surge em força.

«O objectivo do PLP (Projecto Limpar Portugal) é, acima de tudo, educar para que a situação melhore e para que não sejam necessárias mais acções de limpeza das matas. Neste momento estamos a 100% na limpeza de matas. No futuro talvez, e é mesmo talvez, a estrutura criada possa ser utilizada para outro tipo de acções cívicas ligadas ao ambiente e ao bem-estar da população de Portugal», diz-nos em entrevista Rui Marinho, membro da Coordenação Nacional de Projecto Limpar Portugal.  


Marinho defende que «com a informação cada vez mais fácil de obter, os grupos de cidadãos, na posse da mesma e da vontade de fazer algo por um objectivo comum, podem ser um factor de mudança da sociedade».

Este projecto conta com quase 40.000 voluntários inscritos, incluindo muitos colectivos (como escolas e escuteiros, por ex.), o que indica um número total de pessoas que deverá estar muito perto das «125 - 150.000».

João Rosa, coordenador do projecto Plantar uma Árvore, acha que movimento cívico «dá um ar demasiado sério» a esta iniciativa. «A ideia surgiu de pequenas experiências ao nível da rua», conta-nos, «a ideia de organizar um grupo para ir plantar uma árvore surgiu pouco depois, e rapidamente ganhou a dimensão/objectivo de plantarmos 1000».

Depois de terem plantado árvores em Monsanto, Cascais e agora Lisboa (Casal Ventoso) já há cerca de 1500 participantes efectivos ou inscritos para esta nova iniciativa. No facebook têm cerca de 4000 fãs.

O Movimento Conjunto de Contestação às portagens nas SCUT (autoestradas sem custo para o utilizador) realizou um buzinão que abrangeu vários municípios - Viana do Castelo, Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Porto, Vila Nova de Gaia, Lousada, Paredes e Paços de Ferreira como forma de contestar a instalação de portagens nas SCUT.

Esta é também uma forma de funcionamento de um movimento cívico. Mais uma vez as novas tecnologias desempenham um papel fundamental na sua divulgação.



A importância das Redes Sociais

Quem faz parte destes movimentos cívicos reconhece o poder que as novas tecnologias têm para o sucesso de um projecto do movimento cívico. O membro da Coordenação Nacional de Projecto Limpar Portugal refere que «as novas tecnologias permitem um contacto rápido entre pessoas, algumas das quais nem sequer se conhecem. Tal permite a criação de equipas de trabalho orientadas em tempo record que, de outra forma, seriam quase impossíveis de organizar».

Para o coordenador do projecto Plantar Uma Árvore, «para além do aspecto ambiental, a componente cívica, de cooperação e de participação é importante» e acrescenta que «a internet e mais especificamente as redes sociais vêm potenciar a força de qualquer iniciativa, podendo mesmo fazer transpor essa iniciativa do mundo virtual para o mundo real, cada vez com mais frequência».
O Movimento Cívico pela Linha do Tua (MCLT) nasceu através de um fórum na internet. Várias pessoas mostraram-se contra o encerramento das vias estreitas: a linha do Vouga, Tâmega, Corgo e Tua e por isso decidiram criar este Movimento.

Não podemos deixar de concordar com João Rosa quando afirma que «vivemos ainda uma fase inicial das redes sociais, muito está ainda para vir e por inventar, essa “revolução” apenas começou e o potencial é enorme».

Uma coisa é certa, as novas tecnologias permitem uma comunicação mais rápida e eficaz dos movimentos cívicos e dos seus projectos e iniciativas. Com a sua ajuda é possível contar com mais participantes e conseguir mais ideias.

Fonte: Sapo.pt

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